A história da Plastique Noir seria a mesma de muitas outras bandas, aquele papo de um cara apaixonado por determinado gênero musical, querendo fazer arte e montar uma banda, ele entra na faculdade, conhece novas pessoas, algumas diferentes e outras que se identifica, a integração acontece de forma natural até que finalmente ele acha um parceiro e daí monta a banda dos seus sonhos. Pois é, seria a mesma história de tantas outras bandas, se a Plastique Noir não fosse uma banda estilo de Gótico e produzindo trabalho autoral no Ceará.
Os trio formado por Airton S nos vocais e programações, Márcio Mazela na guitarra/voz e Danyel A no baixo e violão, está na batalha desde 2005 e hoje encontram-se num momento mágico (ou seria sinistro?) da carreira, o aguardado álbum de estréia – Dead Pop – foi lançado virtualmente no ultimo dia 31 e pode ser baixado na internet, uma turnê por diversos estados no gatilho e caminho aberto por seguir.
Sobre o nome francês, Plastique Noir, a tradução seria “ Plástico Negro”, o que segundo o guitarrista do trio remete a “ uma brincadeira conceitual com aquele plástico negro que envolve os corpos dos defuntos nos necrotérios; daí nossa música também envolve corpos, mas o vivos, os impelindo à dança, à catarse..”.
Tive a oportunidade de ver os caras se apresentando no início da semana e curti por demais o som, a proximidade gerou o contato que resultou na entrevista a seguir, espero que todos curtam e sorriam...
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Matheus Salvany - www.apasseio.blogspot.com... diz:
Em 2005 surge o Plastique Noir - como foi o amadurecimento da idéia de montar uma banda gótica aqui em Fortaleza? Já que o movimento praticamente não existe...
Márcio Mazela diz:
Na verdade a cena socioultural gótica no Ceará era e é ainda muito restrita, tanto é que somos a segunda banda no estilo e só há uma festa temática, a Dança das Sombras. Desde 96 eu tenho contato com isso, seja pesquisando, tocando e sempre quis montar uma banda; daí apareceu a extinta Rebel Rockets e virei fã, o que me inspirou a tocar o som que mais curto. Só na faculdade conheci o Airton (fizemos comunicação juntos na UFC) e lhe apresentei o som... Daí a gente foi maturando a idéia, buscando integrantes e em 2005 acabamos montando o Plastique, meio que receosos porque não havia (e ainda não há) nada parecido.
Apesar dessa coisa meio "outsider", acabamos ficando conhecidos por exatamente fazer o que ninguém está fazendo; antes de tudo tocamos o que curtimos, se as pessoas apreciam, tanto melhor - queremos ser honestos com nós mesmos.
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Matheus Salvany - www.apasseio.blogspot.com... diz:
Podemos dizer então que a banda tem um forte caráter ideológico?
Matheus Salvany - www.apasseio.blogspot.com... diz:
Podemos dizer então que a banda tem um forte caráter ideológico?
Márcio Mazela diz:
Nem tanto, é algo mais ético-estético que ideológico, não temos "mensagem" a passar: contamos histórias (entre reais e fictícias) sobre o lado negro do ser humano, com uma boa dose de humor e sadismo. Pra mim as ideologias tão mortas, creio mais na potência subjetiva do homem enquanto ser social. Diferença acima da igualdade burra, nivelamento imbecil de idéias.
A mensagem seria:
"já que a morte e a perversidade são as únicas certezas da vida, então o lance é viver intensamente, hedonisticamente, o velho carpe diem"
A mensagem seria:
"já que a morte e a perversidade são as únicas certezas da vida, então o lance é viver intensamente, hedonisticamente, o velho carpe diem"
.Matheus Salvany - www.apasseio.blogspot.com... diz:
É difícil fugir dos rótulos quando se produz arte, mesmo a arte sendo tão abstrata e plural, a Plastique é um banda gótica? Uma banda eletro punk? Qual seria a classificação da Plastique Noir na concepção da banda? Ou vocês preferem ignorar esse lance dos rótulos?
Márcio Mazela diz:
Na verdade eu adoro os rótulos, afinal sou crítico musical e comportamental também. Porém concordo, a arte é muito vasta pra ser categorizada simplesmente como isso ou aquilo. Quanto a nós, diria que somos uma banda que toca rock sombrio com pitadas eletrônicas que bebe de muitas fontes - onde o gótico é a mais forte; ando preferindo o termo "pós-punk", comumente relacionado ao dark/gótico e que abarca tudo o que surgiu antes, durante e depois do punk.
Flertamos com electro, industrial, glam, punk, death rock, new wave, ethereal... Mas não nos incomodamos em sermos classificados como uma banda gótica; creio que ajuda a divulgar algo que é pouco observável no Ceará.
.Matheus Salvany - www.apasseio.blogspot.com... diz:
Após vários singles e demos, inclusive sendo lançados por selos gringos, a Plastique termina seu primeiro álbum, como a banda está se preparando para essa nova fase?
Márcio Mazela diz:
Na verdade lançamos dois Eps e dois singles independentes, mas com apoio de selos gringos, da Itália e da Alemanha (onde iríamos tocar, mas acabou nem rolando). É natural um registro mais abrangente e há mais de anos estamos pra lançar o Dead Pop (álbum de estréia), muita coisa nos embaçou, mas agora tá saindo e estamos em turnê por uns 6,7 estados divulgando, em busca de maior visibilidade. Lançamos ele virtualmente no site da Trama no Halloween (31/10) e a versão prensada em 06/12, pelo selo Pisces Records de SP. Finalmente! Espero que curtam!
.Matheus Salvany - www.apasseio.blogspot.com... diz:
Como foi esse lance de ter sido a única banda nacional a ser convidada pro Wave Gotik Treffen, o maior festival gótico do mundo e não ter ido?
Márcio Mazela diz:
Bem o Wave Gotik Treffen, que anualmente ocorre em Leipzig, Alemanha, é a maior vitrine pro tipo de som que bolamos e foi um marco em nossa trajetória, o convite. Mandamos o material e se surpreenderam de ter uma banda com este nível no Brasil. Tentamos de tudo pra ir, mas todos nos viraram as costas - quando tocamos em Brasília apelamos até pro Clodovil no Congresso, mas pra variar ele não tava lá, ehehehehe.
Foi um pouco frustrante, mas o show há de continuar. Eles estão de portas abertas pra quando pudermos ir; na Europa temos um grande público e ainda é uma meta a ser realizada... Vamos ver no que essa putaria vai dar...
Como foi esse lance de ter sido a única banda nacional a ser convidada pro Wave Gotik Treffen, o maior festival gótico do mundo e não ter ido?
Márcio Mazela diz:
Bem o Wave Gotik Treffen, que anualmente ocorre em Leipzig, Alemanha, é a maior vitrine pro tipo de som que bolamos e foi um marco em nossa trajetória, o convite. Mandamos o material e se surpreenderam de ter uma banda com este nível no Brasil. Tentamos de tudo pra ir, mas todos nos viraram as costas - quando tocamos em Brasília apelamos até pro Clodovil no Congresso, mas pra variar ele não tava lá, ehehehehe.
Foi um pouco frustrante, mas o show há de continuar. Eles estão de portas abertas pra quando pudermos ir; na Europa temos um grande público e ainda é uma meta a ser realizada... Vamos ver no que essa putaria vai dar...
Matheus Salvany - www.apasseio.blogspot.com... diz:
Fala um pouco dessa turnê de lançamento - Pop is Dead tour 2008 - muita ansiedade?
Márcio Mazela diz:
Que nada, ficamos ansiosos é pra chegar no palco e detonar! Conseguimos articular contatos bacanas e vamos dar um rolê pelo Brasil varonil pra divulgar nosso aguardado álbum; temos datas em Fortaleza, Teresina, Natal, João Pessoa, Recife, São Paulo e estamos vendo Rio e outros cantos também. Como já temos experiência em viajar pra tocar eu acho tudo tranqüilo, nos divertimos pra caralho!
Matheus Salvany - www.apasseio.blogspot.com... diz:
Pra finalizar, costumo deixar o espaço do blog aberto pra os entrevistados falarem algumas considerações que não foram ditas durante o bate-papo... desejo a vocês toda a positividade do mundo e sorte nesse caminho árduo que é produzir arte no Brasil...blog aberto para a Plastique Noir...
Márcio Mazela diz:
Poxa, nós que agradecemos! Se todos dessem espaço pra manifestações artísticas alternativas não estaríamos numa situação tão complicada... É dureza você estar numa banda independente sem a infra-estrutura que as grandes têm, mas temos paixão e tesão demais pelo que fazemos; gastamos mais que ganhamos, porém é lindo você poder se expressar, viajar pra mostrar seu trabalho e nós aproveitamos para curtir, fazer amigos, contatos...
E fiquem ligados, somos uma banda da qual vocês sempre podem esperar surpresas; estamos até o fim do ano em tour promocional do disco, mas já estamos compondo brutalmente e ano que vem devemos lançar mais coisas e continuar morcegando onde quer que queiram – basta nos dar as condições mínimas (deslocamento e acolhida) que tocamos até no inferno! No mais é isso, um forte abraço a todos e continuem ligados no Plastique Noir!
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Abaixo seguem vários links para conhecer melhor o som e a banda Plastique Noir
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